AFINANDO O CLARINETE
Atualmente a maior adequação com normas e competição por empregos, a entonação tornou-se a maior preocupação dos músicos. Embora a obsessão por dispositivos afinadores acaba deixando muitos neuróticos, a proliferação de afinadores baratos disponibiliza para nós um maior conhecimento das deficiências dos nossos instrumentos.
Apesar desta sofisticação tecnológica, os músicos deixam em última análise que seus ouvidos arbitrem na questão sobre afinação. Essa ambigüidade entre a ciência e músicos, refere-se à produção de instrumentos destinados a espaços específicos de trabalho onde a afinação física de instrumento musical seja enquadrada na categoria subjetiva da arte, quando muito. Como tal, um artista deve lutar pela completa maestria do instrumento, Deve ter uma compreensão da sua fenomenologia acústica e assumir uma função ativa fazendo modificações para adequar às suas necessidades possuindo uma identidade própria.
Além das variáveis de embocadura, boquilha e palhetas, o clarinetista tem que se preocupar em combater as aberrações das escalas do instrumento balanceando-as. A charada que massacra os fabricantes de clarinete durante séculos é o compromisso posição tubo de vazão do Bb. Qualquer modo fundamental do clarinete pode ser excitado em vibrar na sua segunda nota (intervalo de décima segunda) pela vazão da coluna de ar a uma posição aproximadamente de uma terça parte da distância da boquilha à primeira nota do tom fundamental. Se a abertura é situada muita fora desta posição ideal a nota décima segunda irá sofrer uma elevação. De uma forma simplista, esta é uma razão da ocorrência de variação da afinação da décima segunda do clarinete. O ideal (mas impraticável) seria que toda nota fundamental deveria possuir um respectivo tubo de vazão para ativar uma correta décima segunda. O registro do tubo de vazão possui um compromisso a mais porque possibilita a execução para o Bb1. Um orifício grande bastante para produzir um Bb1 real poderia ser também grande exageradamente para produzir a décima segunda. Conseqüentemente temos um diâmetro inadequado para Bb1, sem duvida a pior nota do clarinete Felizmente, o projeto do diâmetro interno do clarinete foi melhorado muito nos últimos cinqüenta anos para corrigir sérios problemas acústicos encontrados em muitos instrumentos antigos. Um pouco investigação na natureza da acústica do instrumento e do desenho do clarinete atual irá impor um respeito maior para os clarinetes contemporâneos, imperfeitos como são ainda, mas uma melhora significante em relação ao projeto dos clarinetes renascentistas Todas a variações de vazão do sistema possui compromissos. Estes compromissos, ditados pelos fabricantes, não são sempre os que os artistas gostariam de ter como única opção.
A intenção deste documento é oferecer um método sistemático, proporcionando procedimentos para se fazer ajustes sutis para individualizar o instrumento de acordo com a necessidade de cada músico. Portanto, é importante para reconhecer de início que, dada ao compromisso da afinação e geometria do clarinete, as aberrações podem somente ser alteradas e nem sempre todas perfeitamente corrigidas.
Prof. Eduardo Weidner - * - www.explicasax.com.br
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